Essa imagem originalmente era a foto de uma mulher querendo sair de algum lugar. A foto foi mergulhada em parafina. Estava definitivamente, ou quase, aprisionada, até o dia em que fotografei o trabalho e o arrebentei na sacada da minha casa.
A loucura nos aprisiona pelo olhar do outro que nos diagnostica, julga, classifica: é louca. Assim, qualquer argumentação sua, qualquer pensamento ou discurso perdem a validade. Afinal de contas, ela é louca, eu sou louca, nada do que digo tem nexo, sentido, valor de realidade ou verdade. Jamais deve ser levado em consideração. Perde-se o respeito mínimo de um outro, quando ele faz um gesto com o braço e exclama: "Deixa pra lá, é louca."
E com isso condenamos os loucos ao silêncio, condenamos os loucos a falarem somente com o céu, a terem respostas exclusivas do vento.
A arte me salvou. Classificando a minha loucura como arte, ela ganhou um espaço de credibilidade nessa sociedade doente e perversa.
E depois, dizem que a louca sou eu. E eu não vou calar a boca não.
controvérsias
"A cada mil lágrimas sai um milagre”
Alice Ruiz
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Aquarela sobre Pedra e Mar (1991)
Minha primeira exposição, em duas etapas: Usina do Gasômetro e Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre. São fotos P&B trabalhadas em laboratório e posteriormente pintadas com aquarela. Uma delícia de fazer.
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