controvérsias

"A cada mil lágrimas sai um milagre”

Alice Ruiz

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A gargalhada
















Há de ser intraduzível o solo dessa indentidade!
Há de ser descampado o passo desse sonho!
Há de SER... Mesmo no estar de seu experimento.
Gota de traço, tinta solúvel, olho de aço...


Poema: Eunice Boreal

sábado, 24 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mosca na Sopa (2005)

Sentada em sua cama cor-de-rosa, a menina sonhava com seu príncipe, o garoto que morava ao lado. Esquecida da vida, no delírio da paixão juvenil, do sonho brotou um desejo tão grande, sentenciou:
- Queria ser uma mosquinha para ver o que ele...
E assim foi.
Diminuta, de asas transparentes, voando atrapalhada, encontrou a porta de abertura imensa, desceu voando as escadas. De súbita fome, atravessou para a cozinha pousando aqui e ali, pra dar uma descansada. Não fosse sua cor rosa, diria que era uma mosquinha qualquer. Da fome e do cheiro doce da cozinha, esqueceu seu desejo de ver o que seu amor fazia, abrandou sua alma em um torrão de açúcar esquecido sobre a mesa.
Logo chegou um moscão azul radiante, a disputar a doçura do torrão. Generoso, ofertou um ladinho; delicado, encostou suas asas imensas nas suas pequeninas.
E assim foi.
Do torrão de açúcar encontrou casa em uma casca de banana. De uma dor improvável, largou ovos transparentes. Exausta e esfomeada, com saudades de sua mãe, voou tonta para a sala. Lá encontrou um cheiro conhecido e fumegante. Ainda tonta de amor e de parição, seguiu sua índole de mosca, e ao chegar na fumaça quente, encharcou-se e não mais voou. Afogou-se na sopa.
Dos ovos transparentes, um vingou. De pequenininha, cresceu. De doce em doce, de tapa em tapa, escapuliu; de açúcar em açúcar, virou mosca lilás.
Só que sentia solidão e ausência. Sentia curiosidade que mosca não tem. Porque chorava. Porque pensava: “quem sou?” E dessa natureza voou pela sala da casa, enveredou pela escada e numa imensa porta, passou. Pousou numa cama cor-de-rosa, olhou pela janela e viu. Viu um menino que parecia príncipe. Esquecida da vida, no delírio da paixão juvenil, do sonho brotou um desejo tão grande. Sentenciou:
- Queria ser uma menina para conhecê-lo.
Criou perninhas, barriga, braços e fome. Criou peito, alma e dor. Criou coração, cheirou amor, despertou desejo. Queria sopa, menino e mãe.
E assim, foi.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

auto retrato


"Uma grande ursa de pelúcia", dizia a Dani ao me apresentar

domingo, 11 de outubro de 2009

mutações

quedabismo
sempote
sedentafui
dormente
lamacenta
napoça
norvalho
modorrento
seca
nalma
alizarim