controvérsias

"A cada mil lágrimas sai um milagre”

Alice Ruiz

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Natal de Alice

Dingobel, dingobel, não tem mais papel... e todos os dias tem nascimento. Das corruíras, dos gatos, das árvores, da saladinha de tomate. Todos os dias, nasce uma amizade, um amor, uma flor. Todos os dias a família universal cresce. Somos todos primos.
Todos os dias rego, caço, animo, escrevo, rezo. Todos os dias amo meus amores. Todos os dias amo a maresia. Todos os dias levanto querendo ser melhor. Bebendo um vinho, fumando um cigarrinho, que meu critério tá dentro. Todos os dias tem livro no balcão, tem conversa de botequim, tem silêncio sagrado, tem bolo de aniversário.
Tudo que é sagrado está no céu, na terra, no fogo, no ar. Tudo que como é sagrado: carne, bolo, rúcula e beterraba - ui! Todo amor é sagrado. Todo deus e deusa que respeita, deve ser respeitado. Todo amor é pleno. Vivo.
Todos os dias é festa, confraternização, nosso café da tarde.
Saúdo o dia e sou saudada por ele, desejando saúde, fé, coragem, ao universo de todos os seres: ets, seres do passado e do futuro, os seres da transparência, os que sopram no ouvido, toda a natureza, essa, que conhecemos e a quem devemos nossa existência. A natureza, essa, que desconhecemos e que nos inclui.
Todos os dias eu sou eu, eu sou nós, eu dou nós, bato na parede e grito. Porque todos os dias quero viver. Com mais amor, com mais ardor, com mais luz, e o que resume meu grito: sempre amor.
Nenhum dia não é feito para amar, brincar, dar atenção, estar presente, dar presentes.
Nada é mais especial do que todos os dias. De chuva, de sol, de tristeza, de sal, de Teresa, de todos nós.
Nada é mais sagrado do que todos os dias.
(Cristo morreu por nós há quase dois mil anos e até hoje carregamos essa culpa)