manoel ricardo de lima
do livro
quando todos os acidentes acontecem
várias coisas se movem
entre os pequenos sinais
saltados do canto esquerdo
da boca. uma é a pele,
a profundidade da pele, este
desenho entre dois pontos, este
aviso do corpo. este lugar, a
distância, esta distância que
é deles enquanto se
mexem no canto –
uma mordida de cobra verde
rachando a superfície –
e quando aproximou, um
diz que diz sem terminar no
meio de uma conversa sem
fim, caíam leves e pesados
dois fios brancos da gola, e
puxar por ali, insistir sozinho que
o mais profundo é a pele, o mais
profundo é a pele, o mais profundo
é a pele. estes olhos fixos